Antes de mostrar o restante do ensaio vai aqui uma dica crucial: Em hipótese alguma não se deixe enganar pelos fios grisalhos, pela pele rabiscada e pelos 83 anos que ela diz carregar, bastam 5 minutos de prosa pra você perceber que alí diante de você está uma menina encantadora, cheio de luz, vaidade, vitalidade, força, e uma simpatia contagiante que faz transbordar.
Tenho a honra de conviver com esse exemplo de ser humano, a mesma é avó do meu digníssimo. Logo de cara há uns 3 anos atrás eu a intitulei como minha 'avó postiça' visto que eu tenho uma forte carência nesse departamento. Fazia um tempo que eu devia umas fotos à ela, aproveitei minhas férias e coloquei em prática o prometido.
Pelas fotos nem preciso dizer o quanto ela é uma fofa e o quanto foi uma delícia fotografá-la! Modelo nata, deixa qualquer Gisele no chinelo.
Eu quis colocar nesse ensaio uma certa dose de nostalgia desprovida de qualquer tipo de tristeza, uma nostalgia mesclada com poesia, pois é isso que ela junto à sua linda história exala, POESIA pura!
O local escolhido foi a Praça da Imprensa, passava por inúmeras vezes por essa praça e ficava maravilhada com o local e essa, sem dúvida, foi a oportunidade perfeita para me esbaldar nela, fotografando esse amor de pessoa.
As 16:00 demos início ao ensaio, estávamos os três alí, a avó e dois netos corujas.Eu queria ela radiante, em uma tarde ensolarada com o seu sorriso cativante fluindo fácil. O sol estava lindo, dourado, companhia perfeita para ela, o que não significa que ela estava ali propriamente sozinha naquela sessão de fotos...
Eu quis direcionar esse ensaio também para uma nova paixão que está me tomando, a fotografia de casal. Não foi uma forma um tanto quanto convencional, pois não tínhamos ali uma segunda pessoa de corpo presente beijando, abraçando, fazendo cenas e mimos como estamos habituados a ver nesse tipo de trabalho. O que existia ali era algo maior, pleno, além, real e abstrato, porém presente!
Dona Catarina É casada durante muitos anos com o seu Nelson, esse da qual não conheci mas já me sinto íntima de tanto o que ouço falar. Infelizmente ele foi transportado para outra dimensão mas deixou uma vivência digna de filme. Já sabendo de toda a história liguei pra ela e pedi para que levasse alguns objetos remetessem à ele, em um tom tímido e risonho ela me disse “minha filha, dele eu só tenho uma camisinha velhinha e algumas fotos”e eu toda empolgada soltei um grande “ÓTIMO! É o suficiente, pode levar.”
Lorotas à parte, seguem então as fotos. Mas uma pergunta, isso de ‘Até que a morte os separe’, é válido? SERÁ?
Pra esse caso aqui posso afirmar que não.
Uma incrível coincidência ocorreu pra mim nesse dia, a minha outra avó postiça (também avó do digníssimo) estava indo rumo à igreja e passou justamente pela praça em que estávamos . E claro, eu não perderia a oportunidade de juntá-las a fazer uma foto VALIOSA.